segunda-feira, 28 de março de 2016

Peça de Teatro baseada no livro "A mulher que cai "




O OLHAR DE NEUZA, espetáculo teatral inspirado na obra “A Mulher que Cai”, do escritor curitibano Guido Viaro, narra a história de uma mulher de meia-idade, na tentativa de escapar de seu cotidiano e rever sua vida. Resumindo a trajetória vacilante de NEUZA, personagem central, podemos dizer que o espetáculo trata de apenas um dia em sua vida, que poderia ser igual a tantos outros, salvo sua disposição de torná-lo uma nova etapa


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Frases dos Livros












domingo, 27 de março de 2016




Academia Paranaense de Letras

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Cadeira 14 – Guido Viaro

Guido Viaro discurso
Guido Viaro, curitibano nascido em 26de setembro de 1968, é filho de Constantino Batista Viaro e Vânia Schussel Viaro. É homônimo do seu avô, o pintor ítalo-brasileiro Guido Viaro, que formou gerações de paranaenses em seu ateliê de artes plásticas e foi um dos nomes mais importantes da pintura paranaense a partir dos anos 1940. Guido, o neto, é formado em letras. Depois de viajar pelos cinco continentes e ganhar a vida como guia turístico, encontrou sua vocação no cinema e na literatura. Credita a descoberta de sua aptidão para as letras ao professor Paulo Venturelli, também acadêmico, atual ocupante da cadeira nº 5 da APL.
Como cineasta, Guido Viaro escreveu e dirigiu o longa-metragem O quarto do universo e os curtas-metragens FuireiMaya e A vida de Jair, este sobre o pintor Jair Mendes, ex-aluno do seu avô. É autor de onze romances: O Quarto do UniversoGlória, A Mulher que CaiA Praça do Diabo DivinoEmbaixo das Velhas EstrelasNo Zoológico de BerlimFlores ColoridasA Floresta Simbólica, A Revelação FrutosaO livro do Medo e Confissões da Condessa Beatriz de Dia. Dele, o jornal literário Cândido, editado pela Biblioteca Pública do Paraná, publicou o conto Benjamin Vermelho, inspirado no poema em prosa Em busca de Curitiba, de Dalton Trevisan. Seu conto Árvore e Cavalo foi publicado pelo selo curitibano Tulipas Negras, que resenha o autor como responsável por “textos fortes, nos quais personagens anônimos transmitam em meio ao caos contemporâneo”. O próprio Guido Viaro diz que, em suas obras, “os temas comuns são exames de consciência, personagens quase sempre sem nome, sem relações com outros personagens, que buscam explicações dentro de si, mostram seus sangramentos espirituais e as cicatrizes que deixam”.
Seus livros são doados para cerca de 1000 mil bibliotecas brasileiras. Atualmente é diretor do Museu Guido Viaro, unidade cultural multimídia construída e mantida pelos herdeiros do pintor. Sua eleição para a Academia ocorreu em 9 de dezembro de 2012. A posse, no Centro de Capacitação da Secretaria Municipal de Educação, foi realizada em 4 de abril de 2013, com saudação do acadêmico Ário Dergint. (EB)

CONTOS



Ametista
            
Quando abriu os olhos descobriu-se dentro de uma manjedoura de luzes púrpuras. O mundo era uma ametista que brilhava, cores nascidas dentro da pedra oca.
Os olhos do menino fecharam-se para encontrar verde escuro e azul noite. Indeciso, optou por abri-los. Conduzido pela maré de uma sombra-sonho, esbarrou nos anteparos da realidade. Sentiu o branco da madeira laqueada de sua cama, depois deixou de entender as camadas de profundidade do móbile pendurado no teto.
Os brinquedos fosforescentes espalhados pelo quarto eram sobras de um dia que nunca conseguira ver nascer. Deitado, acompanhava-os até a proximidade de sua cama, não se atrevia a olhar embaixo dela.
Era provavelmente por ali que nasciam e morriam os escuros, e todas as criaturas feias que dele brotavam. Com esses seres fizera um acordo, procuraria não se mexer muito na cama e não fazer barulho depois que a luz fosse apagada.

        Em troca eles nunca apareceriam. Sobre o tapete espalhava-se o dia e as pequenas sujeiras exploradas com a ponta do dedo indicador, as imperfeições da parede eram percebidas com as duas mãos, as mesmas, que agora, também sentiam a parede metalizada de um vagão de metrô.
Quando o vagão abandona a noite subterrânea e mergulha nas sobras avermelhadas de um dia cansado, o homem, menino, estranha as luzes derramadas sobre os bancos estofados, espalhadas por cabelos longos e rostos cansados.
Os olhos incomodados encontram triângulos roxos antes de voltarem ao cotidiano, camadas de gente disputam espaços, espaços procuram ausências, o crepúsculo floresce dentro do movimento, as crenças cruzam certezas derretidas no lamaçal das dúvidas. Indeciso, o vagão transforma rostos e corpos dos passageiros.
Quando a porta se fecha e uma voz anuncia a próxima estação, eu, aquele que foi, é, e muda, percebe, percebo, uma mancha de sol avançando pelo rosto de uma moça, como ainda não atingiu os olhos ela não a percebe, somente eu, me encolho, viro de lado, não quero vê-la fechando os olhos por causa do sol. Mentira.

        Não é só por isso que desviei o olhar, é porque a moça tem um brilho nos olhos, que se espalha pela cabeça e corpo, e que já não consigo encontrar em mim. Há um peso que flutua pelos ares e parece emendar os instantes, e do qual, talvez esteja enganado, parece que me afasto a cada manhã.
É como se a cúpula côncava do planetário começasse a misturar concreto rachado à constelação de Órion. Para fugir das luzes descubro chicletes pisados no chão emborrachado. Sentado, cutuco com a ponta do dedo, experimentando a consistência. Das veias, ligamentos e intestino, emana uma rigidez que não parece minha. É o mundo envelhecendo.
No caminho de casa está o grande rio cinza-esverdeado, camadas de cores e movimento. O animal primitivo não se permite emoções, e com sua boca-primavera, engole as minhas.

        Aceito um final de tarde sendo um rio. Agruras e ansiedades são galhos secos carregados de maneira quase anônima.
Minhas mãos têm as cores de meus brinquedos, e agora, eles são correnteza. A paz vinda das águas só é interrompida, quando uma parte de meu raciocínio decide perguntar o que existe sob aquela superfície tranquila das águas.
Eu sou dois, um que permanece em paz, e o outro, que inventaria tipos de peixes perigosos que devoram carne branca como se fosse líquida, troncos apodrecidos, que com uma batida no lugar correto te mandam direto para debaixo de uma lápide caiada de branco.
Onde novamente haverá o direito de sonhar o que sonham as crianças pequenas.
Enquanto piso as pedras ásperas, desconfio de todas as realidades desveladas pelos meus sentidos. Engulo a noite que chega raspando retinas, espalhando cheiro de chuva. A doçura do céu ametista é rasgada por um instante silencioso de brilho.

       O estrondo escuro chega um segundo atrasado. Gotas gordas espantam passarinhos, por todos os cantos armam-se pequenas tendas escuras, a humanidade persegue suas marquises. Descubro refúgio cinzento, daqui observo como são perecíveis as marcas secas deixadas pelos pneus.
Os rostos misturam resignação com pontinhas de esperança. Desconhecidos descobrem histórias em comum e formam uma parede de proteção que me envolve por todos os lados. Atrás de mim uma loja de armarinhos.
Nas prateleiras centenas de novelos de todas as cores possíveis, que distorcidas pela água que escorre pelos vidros, constroem um movimento colorido que contrasta com o cheiro de preocupação daqueles que não tiram os olhos dos relógios.
Tenho vinte centímetros livres ao meu redor, o suficiente para perceber meus pés perfeitamente protegidos das poças d’água. Em frente ao grupo de homens e mulheres que me envolvem há uma pequena árvore recentemente plantada, seu caule fino está amarrado a uma estaca de madeira.

       A planta recebe toda a água que escorre da marquise. Seu tronco balança, as folhas parecem buquês sendo oferecidos, a dança da plantinha se assemelha a de um palhaço louco, e isso me agrada.
Todos meus vizinhos usam sobretudos escuros, cachecóis e luvas. Sinto o calor que vem em minha direção. Os carretéis de lã giram e a impressão que me dá é que daquela vitrine pode sair um batalhão de pessoas felizes que contaminarão o mundo inteiro com sua felicidade. Fecho os olhos para só escutar o barulho da chuva.

Meu refúgio é perfeito, torço para que a chuva demore a parar, e para que as cores que vem da vitrine possam dançar pelo mundo, vestidas com as formas que tinham meus brinquedos quando dormiam no escuro.

                                                                   
                                                   
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* Conto em primeira pessoa
Eu.
Dia.
O naufrágio não aconteceu de verdade.
As ondas eram feitas de cobertores.
Preguiça.
Esticar braços e pernas.
O gelado da lajota, chinelos.
Acender a luz, olhos incomodados.
Espelho? Não.
A manhã em sua infância.
Vapores sonoros do dia.
O sapato abafado pelo tapete.
O café molhando a xícara.
O verde da grama transformado em asfalto cinzento.
O ribeirão de carros desaguando em um mar de luzes vermelhas e fumaça.
O tempo remando contra a maré de vontades.
As rádios vendendo alegrias.
Buzina. Panfleto. Motocicletas. Placas: Compre aqui. Seja prudente.
Calor.
O tédio nos espelhos retrovisores.
O que separa os carros é a cidade.
Mistura de concreto, memória e desejo.
Ela borrifa sobre cada habitante seu extrato de cotidiano.
O que faz com que adormeçam em momentos indevidos e alegrem-se no por do sol. Também transforma o gosto da comida repetitiva em agradável.
Bocejo.
O mar avança.
Carros e motocicletas ansiosos por seus destinos individuais.
O outro é apenas um obstáculo que atrapalha a realização de seu desejo.
O nervosismo é conduzido pelo vento e inalado pelos motoristas.
Há mais uma substância flutuando pelos ares e invadindo janelas de motoristas.
É inodora, insípida, mas responsável pelas primeiras alegrias da manhã.
A inabalável certeza de que o novo dia trará consigo uma surpresa agradável.
O canino direito exposto.
Olhos atentos aos óculos escuros fêmea passando ao lado.
Acelera sua virilidade, desvia dois para-choques, a velocidade desenrola a cidade.
Compete com capacetes pela primazia da curva.
A buzina alheia informa-o que venceu.
Distorce um volante que demonstra seus limites.
O grito azedo dos pneus.
Descobre o sol tentando refletir no capô marrom.
“Blue skies, nothing but blue skies...” aumenta o volume, baixa o vidro.
Uma mão no volante, a outra cofiando a barba por fazer.
Os olhos encontram-se no retrovisor.
O açúcar da velocidade espalhado pelo sangue.
Grandes prédios espelhados espalhando reflexos.
Tiros de imagens.
O horizonte pedindo para acontecer sob os pneus.
As vibrações da vida transformadas em carroceria agitada pelas imperfeições da pista. Lábios e língua lutando por espaço.
Indicador encostando na base do polegar.
Freada forte, deslizando nas marcas escuras de borracha.
Ódio fraco, pressa. Luz verde: liberdade, desvia dois carros, o início da grande estrada. Acelera tudo que pode, braço esquerdo pendurado para fora.
O ponteiro renasce até a posição vertical, depois vai lentamente baixando.
A primeira curva inclina o carro até o limite do capotamento.
Na reta o ponteiro treme, indicando seu limite de forças.
O bem estar faz com que feche os olhos por dois segundos.
Ultrapassa todos, saltando da esquerda para a direita.
Uma grande descida aumenta a velocidade, o ponteiro encosta no pino limitador.
Ele sorri.
Desliga o rádio para ouvir o barulho do motor.
A sinfonia é interrompida por uma redução de marcha. Freia.
Do acostamento vê passarem todos os carros que ultrapassou.
Desliga o motor. Mantém as mãos no volante. A testa pontilhada de suores.
O para-brisa de garoa. O silêncio é rasgado pelo som de asfalto molhado.
A respiração arfante acalma-se.
Os vidros embaçados suavizam as formas. Eu, assistindo-me como a um estranho. Reconhecendo-me em situação alheia a mim.
Não era ele quem acelerava. Era eu. Mas talvez ele achasse o mesmo.
Meus olhos tem o azul do céu, visto por alguém que está se afogando.
Os dentes são difíceis de serem reconhecidos.
Sobras de uma máquina evolutiva.
A sombra negra espalha suas promessas de poços, que também são ameaças.
A cada passo o risco da queda. A imobilidade, certeza do abismo.
Rotina como tábua de salvação. Café da manhã, trabalho, sono.
Preciso limpar esses vidros. É perigoso parar no acostamento.
Equilíbrio. Ele liga o carro e entra pela contramão na mesma rodovia que o levou até ali. Acelera sem considerar qualquer possibilidade de estar errado.
Luzes altas e buzinas fazem parte da paisagem.
O ruído opaco de um carro capotando. Prossegue. Cheio de si.
Acelerando rumo ao coração da cidade. Três luzes inúteis dos sinais de trânsito.
Por seu rosto escorre a aura refletida da máquina.
No branco leitoso dos olhos o mistério encravado.
Sobre a boca paira a certeza do beijo da amante.
No retrovisor as luzes do carro de polícia.
O caminhão fugitivo espalha a carga pela pista.
O motociclista derrama a vida no asfalto.
O helicóptero transmite a trama ao vivo.
Pela televisão, eles, os outros, assistem quando o carro invade a igreja barroca.
Em alta velocidade passou por cima dos bancos atingindo pessoas que rezavam.
Os gritos só foram se acalmando quando chegaram os bombeiros e a polícia.
Procuravam vítimas,encontraram duas velhas desacordadas.
O motorista do carro não parecia muito ferido, e de sua posição de motorista observa. Repara na destruição das estátuas, das pinturas, do altar.
Ele não expressava sentimentos.
Também não esperava que viessem retirá-lo do carro.
As equipes de televisão não demoraram a chegar.
Foi quando todos que estavam na igreja começaram a ouvir a palavra “mortos”.
Alguns gritos foram silenciados por mãos enluvadas conduzindo ombros para fora.
O acidente destruiu uma parede da igreja, a chuva entra em gotas respeitosas.
As câmeras multiplicam imagens encobrindo dores com tarjas vermelhas.
A cabeça de um santo jaz esquecida sob escombros.
A mil quilômetros de distância, eu, assisto a cena narrada por um repórter.
As luzes artificiais confundem restos de arte com blocos mortos de tijolos.
Percebo quando os bombeiros arrancam a porta do carro acidentado.
De dentro, cambaleante, sai, ele, um homem alheio a todo o resto.

            **


   

LIVROS








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• Sinopse do livro:

O ano é 2166, a humanidade é governada por um misterioso colegiado que contrata atores para representarem o papel de lideres.

As classes sociais transformaram-se em barreiras físicas, os pobres moram na superfície, cada dia mais quente e sujeita a catástrofes meteorológicas.

A classe média trabalha e vive dentro de corredores subterrâneos com milhares de quilômetros de extensão, e que contèm milhões de apartamentos, lojas e até um céu artificial.

Quase toda a população da superfície sonha com o cartão que dá direito a atravessar uma das grandes portas de acesso aos subterrâneos.

Para a elite foi criada uma colônia lunar, 400 quilômetros quadrados cobertos por um cúpula oxigenada.

Nas três camadas civilizatórias o consumo se transformou em algo sagrado, mas há aqueles que não comungam dessa religião, e que sonham. transformar o mundo.

Nem que para isso precisem destruí-lo




• gênero: romance
• número de páginas: 300











Confissões da Condessa Beatriz de Dia


Sinopse do livro:

A Condessa Beatriz de Dia (1135?- 1170?)  foi uma compositora e trovadora medieval. Mulher muito a frente de seu tempo, deixou impressas em suas canções a sutileza e graça de sua paixão proibida pelo também trovador Raimbaut de Orange. Nesse diário imaginário, os poucos contornos biográficos existentes dessa mulher que viveu há quase novecentos anos, são preenchidos com formas e cores imaginadas pelo autor, que apesar de não basear-se em documentos históricos, deduz as consequências que pesaram sobre os ombros de Beatriz. Alma corajosa, que fez da música sua única possibilidade de continuar existindo.  


• gênero: romance
• número de páginas: 191









A revelação frutosa

• Sinopse do livro:

Ele tem o corpo coberto de pústulas, foi abandonado pela família quando criança e nunca conheceu afeto e acolhimento. Seu mundo é provisório, cheio de gente que aparece e some. Vive em rodoviárias e ao redor delas, bares, lanchonetes e pequenas lojas de baixo comércio. É pequeno, feio e quase não tem sonhos. Estando assim, tão distante do ideal burguês de felicidade, encontra espaço para analisá-lo e refletir sobre seus fundamentos


• gênero: romance
• número de páginas: 150









A floresta simbólica

 Sinopse do livro:

Um homem e uma mulher se encontram no meio da mata. Suas histórias de vida são manhãs nubladas. Ambos pertencem a mundos que não existem mais. Eles sobrevivem aceitando os dias que apenas acontecem. Alguns saltimancos perdidos, chegam ao local onde ele e ela tinham construído suas cabanas. Trazem seus cavalos esperanças e crianças. Em agradecimento pela acolhida,oferecem uma representação teatral baseada no improviso, onde o acaso se encarrega do texto e a vida molda o enredo e enche de conteúdo os esqueletos dos personagens.

Incidentes atrasam a partida da trupe, que continua apresentando a cada noite para sua pequena plateia (o homem e a mulher), novas versões da peça. O improviso conduz os atores a revelações, a plateia mistura seu destino ao daqueles que encenam. Nasce uma civilização.

• gênero: romance
• número de páginas: 164










Flores coloridas

• Sinopse do livro:

Um homem armazena sua vida nas páginas de alguns cadernos. Alguém os encontra e os lê. No texto ele narra sua vida dos dezessete aos sessenta e nove anos. Mas esses cadernos não podem ser considerados um mero diário. Mais do que descrever os eventos que tecem o manto da vida, esses papéis procuravam revelar a técnica utilizada pelo tecelão.           

Todos o texto é permeado por uma sensação de impotência, pois parece que os segredos que são perseguidos,existem em diversas camadas, e quando algo se revela, logo percebemos que atrás dessa resposta existe um número quase infinito de perguntas.

• gênero: romance
• número de páginas: 215











No zoológico de Berlim 

• Sinopse do livro:

M' ba  Nkumrah  é um africano que foi capturado em sua tribo para ser exposto ao público que visita o zoológico de Berlim. No cativeiro decide escrever um diário que descreve o que viu e sentiu durante seu período de confinamento.

A história é uma ficção baseada em fatos reais, no final do século 19 e começo do 20, era muito comum a exposição de seres humanos em zoológicos europeus. Capturados na África, América do sul e até no Pólo norte, muitos deles morriam na viagem, outros durante o cativeiro, somente alguns poucos sobreviviam para conhecer a liberdade.

• gênero: romance
• número de páginas: 235










 Glória

Sinopse do livro:

Um homem e seu sonho. Um homem com medo de seu sonho. A notícia de que lhe restam três meses de vida, traz a coragem para ele mergulhar de vez na realização daquilo que ele julga sem modéstia que " ...resolverá todos os problemas da humanidade."

O professor aposentado de matemática desenvolveu ao longo de toda sua vida uma " Teoria da Energia Única" , ele acreditava que todas as manifestações energéticas, desde a energia elétrica até o amor, passando pelo vento e pelo medo, são apenas apresentações diferentes da mesma " Energia Única" , que se " disfarça" de maneiras diferentes, mas que no fundo é sempre a mesma.


A partir dessa noção, ele planeja primeiro uma maneira de medir essa força que está presente em tudo e em todos, e depois um jeito de manipulá-la para corrigir os desequilíbrios do mundo. Desde os problemas pessoais de cada indivíduo, até os grandes males que castigam a humanidade.

A doença terminal faz com que ele concentre todas suas forças no sentido de completar sua teoria e dar-lhe uma forma final. No seu esforço gigantesco para, apesar de debilitado, concluir o que daria sentido a sua própria vida, ele por diversas vezes identifica exemplos do que crê ser “ sua teoria, utilizando-se dos símbolos da vida, estava indicando-lhe que ele seguia pelo caminho correto...”

No seu desespero, a certeza sobre suas próprias crenças começa a enfraquecer-se junto com seu corpo. Mas seu único caminho é prosseguir...

• gênero: romance
• número de páginas: 130









v
A mulher que cai

Sinopse do livro:

Uma mulher de meia idade , cansada de seu casamento e de sua rotina familiar , decide passar um domingo inteiro sozinha. Aproveitando para refletir sobre sua vida e sobre as razões de suas angústias. Durante suas caminhadas por um parque no centro de uma cidade , recorda-se de sua infância e aprofunda suas dúvidas sobre si mesma.

Conhece um velho pipoqueiro que lhe propõe que ela conheça “...o lugar mais secreto do parque” , ela o acompanha até um subterrâneo que segundo suas palavras “...parece simplesmente não existir” , lá havia pomares , bailes à fantasia , e até um corredor com centenas de portas de todos os tipos e tamanhos , que pareciam ser a saída para esse misterioso subterrâneo. 

Ela escolhe uma das portas e avança , os espaços vão ficando claustrofóbicos...de repente ela cai , não sabe onde está , cai na escuridão , ouve sons que ela define como " ...uma música de outra ordem" , que lhe instigam e inspiram a tentar desvendar seu destino.

Sua queda não termina , sua vida torna-se a espera do final dessa queda...enquanto cai , para distrair-se , ela cria mundos onde possa viver...paraísos , infernos e purgatórios , experimenta tudo...varia os tempos verbais de sua descrição , porque procura conhecer todos os enfoques da vida...experimenta destinos , profissões , condições sociais , escolhe caminhos fáceis e difíceis , sofre e vive...


• gênero: romance
• número de páginas: 188











A praça do diabo divino

• Sinopse do livro:

Um homem misterioso tenta através de estranhos experimentos, descobrir a linha invisível que tece a vida. A história é contada por um "narrador literário" que questiona sua própria missão e até as decisões pessoais do personagem que descreve. Os dois mundos (personagem e narrador), fundem-se num terceiro, que é uma espécie de espelho reflexivo da vida de todas as pessoas.

• gênero: romance
• número de páginas: 210







Embaixo das velhas estrelas


• Sinopse do livro:

Um homem, cansado dos pesos sociais que teve de carregar por toda vida, abandona sua rotina e decide caminhar em direção a uma mata. Não sabe exatamente o que o espera e nem o que deseja dessa incurssão. Aos´poucos, vai relacionando-se com a natureza, sentindo seus sabores e tendo a pele ferida por seus espinhos. Seus valores pessoais vão se modificando, ele nunca mais será o mesmo homem que iniciou a caminhada. As luzes pálidas de seu vilarejo foram engolidas pelo brilho das estrelas, e ele aprendeu a ver a lua refletida nas poças de água do caminho. Mas nada vêm de graça. Conforme prossegue, as dificuldades e as dúvidas aumentam, as escolhas diminuem...

• gênero: romance
• número de páginas: 237



sábado, 26 de março de 2016










Escritor com doze romances publicados, cineasta com quatro filmes dirigidos.
Diretor do Museu Guido Viaro (AMGV)
Nascido em Curitiba em 1968.
Neto do pintor italiano Guido Viaro, que veio para o Brasil no final da década de 1920 , tornou-se o introdutor da arte moderna no Paraná e fundou a primeira escola de arte para crianças do país em 1937. 
Desde muito cedo a arte esteve presente na vida de Guido.

Segue alguns trechos de Guido Viaro:

# 
Não vejo a literatura como um fim. Sou uma pessoa que acredita em suas idéias e acha importante contá-las ao mundo , mesmo que apenas uma em cada milhão de pessoas esteja disposta a ouvi-las. 
Escrevo histórias de ficção que estão repletas das coisas em que acredito. 
Não quero ser um doutrinador e nem ter seguidores , essas idéias não são minhas e já foram ditas por muitas pessoas ao longo dos séculos de diversas maneiras. 
Quero ajudar , ser um instrumento de mudança que não espera e nem acredita em recompensas. #











SHOPPING MALL


O ano é 2166, a humanidade é governada por um misterioso colegiado que contrata atores para representarem o papel de lideres.

As classes sociais transformaram-se em barreiras físicas, os pobres moram na superfície, cada dia mais quente e sujeita a catástrofes meteorológicas.

A classe média trabalha e vive dentro de corredores subterrâneos com milhares de quilômetros de extensão, e que contém milhões de apartamentos, lojas e até um céu artificial.

Quase toda a população da superfície sonha com o cartão que dá direito a atravessar uma das grandes portas de acesso aos subterrâneos.

Para a elite foi criada uma colônia lunar, 400 quilômetros quadrados cobertos por um cúpula oxigenada.

Nas três camadas civilizatórias o consumo se transformou em algo sagrado, mas há aqueles que não comungam dessa religião, e que sonham transformar o mundo.

Nem que para isso precisem destruí-lo.







Os anos acumulam sabedoria para depois retalhá-la em pequenos cubos.....

A civilização também é transmitida geneticamente, e por isso mesmo possui aspectos inevitáveis.

Somos um rio que se espalha pelo universo, e só os séculos dirão quantos outros mundos iremos conquistar.