sábado, 27 de agosto de 2011

RESENHA - "A PRAÇA DO DIABO DIVINO" POR MARCOS MAHESH




“... homens estranhos devem ler livros estranhos.” … te confesso meu amigo, que este, A PRAÇA DO DIABO DIVINO, foi o livro mais estranho que já li em toda a minha vida... até agora.
Estranho, estarrecedor, diabolicamente divino por estar tão próximo ao humano em suas variadas formas de consciência que hora se expande e, por tantas vezes, se solidifica, mostrando que na verdade, “nada é tão verdade assim”. Fiquei pensando comigo a partir disto: “verdades”, são quaisquer coisas de que duvido. O ser narrador que personifica a consciência coletiva, que surge como aquele que narra o que observa de seu primeiro (ou seria segundo, pois que se confundem, amalgamam?) personagem, de início, tão estranho quanto este livro, tem sua existência confusa, mas é de suas confusões que tudo se elucida... ao menos, deixa claro, ou melhor, “nu”, toda nossa complexa simplicidade.

A meu ver, a questão cabal em seu livro, entre os personagens, entre o que narra e os que são narrados(pois logo se tornam muitos) é a busca, consciente ou não, de como se dão os encadeamentos que formam a vida. O ser narrador chama em suas próprias certezas meio que duvidosas de “embromadores” todos os coadjuvantes da história(não têm uma consciência direta disto) e ao estranho personagem, por assim dizer, principal, de “ o homem mais direto e honesto do planeta”, que dedicou praticamente toda sua vida a descoberta destes mecanismos que regem a mesma. 

Suas próprias dúvidas(do que narra) o leva as vezes a querer desistir e se rebelar contra sua missão existência de continuar acompanhando o homem que de início é narrado.
Desta parte em diante ele passa, realmente, a encarnar a mente coletiva, narrando(pois esse é seu ofício como sentido de existir) vários e variados personagens que vez ou outra surgem, desaparecem e ressurgem novamente no texto, ou melhor, na Praça. Confesso também que por vezes fiquei confuso quanto a continuidade da leitura... não entendia nada ou mesmo se havia algo a entender... frases soltas de um significado existencial surgiam(creio o estar imitando... Sahaja?!!), me fizeram continuar, mas não via mais no decorrer do texto aquele primeiro(segundo) ser, homem ou personagem que tanto me pasmou e, por sua louca tentativa de vislumbrar a vida como ela é, me fascinou. 

Leitura confusa, mas com sentido. A vida tem uma sequência lógica ou escorre a esmo? Isso é o que “todos” queremos saber, sabendo disso ou não.
A partir de suas observações narrações dos vários personagens que deixam o status de meros coadjuvantes, passando a ser atores principais da peça(Praça) da vida “o humanizam...”. Este ser não humano(literário?) que agora sente como todos e ainda assim, para continuar fiel ao seu sentido inicial de Ser, não quer(ou não pode?) se humanizar... como poderia?, sim, ele pode, mesmo sem querer. Estranho que, também, sem querer(perceber), pulei o capítulo quinze... fui logo ao dezesseis, e chegando “ao(s) dezessete(s)” já estava quase sem esperanças de achar a frase que me impactou(na contra capa) e fez-me pegar este livro da estante da Biblioteca Pública do Acre, aqui em Rio Branco, para ler... “O MAIS HONESTO dos homens...”, daí, estas mesmas “forças” que a tudo unem, movem, que são o motivo principal do livro, e que mesmo sem entendê-las dão significado a tudo, me fizeram perceber que este capítulo que havia pulado por algum motivo, nele foi que(me) achei... mesmo que por um instante, o INSATANTE e, daí pra frente, terminando-o e voltando ao dezessete(o plural também vale) foi que entendi melhor o motivo tão significativo de toda essa confusão.

Certeza, nenhuma!!!... mas nenhuma das certezas que tinha me fizeram estar tão certo como agora de que estes fios que tecem e regem a vida tem seus motivos e são os motivos de existir.
É instigante... nos move... que bela existência!






Marcos Mahesh
13/08/2011
Rio Branco -Acre








segunda-feira, 30 de maio de 2011

Livros para Bibliotecas

Também disponho-me a enviar gratuitamente para qualquer biblioteca que tiver interesse e ainda não possuir , uma cópia dos livros "Glória", A mulher que cai", "A praça do diabo divino", " Embaixo das velhas estrelas", "No zoológico de Berlim", "Flores coloridas", " A floresta simbólica" e "A revelação frutosa".